sábado, 2 de maio de 2015

The Nameless City (Michael Scott)

The Nameless City, escrito por Michel Scott, é o segundo conto da Puffin Books para comemorar os 50 anos de Doctor Who. Foi lançado em ebook e mais tarde em versão impressa na coleção Doctor Who: 12 Doctors, 12 Stories.

Sinopse
Quando Jamie McCrimmon traz para o Segundo Doctor um livro misterioso, mal sabe ele o perigo contido dentro de suas páginas. O livro transporta a TARDIS para uma terrível cidade de vidro em um mundo distante, onde os Archons têm a intenção de se vingar dos Time Lords por causa de um antigo rancor.

Resenha
No prólogo do livro somos introduzidos à história dos Archons. Uma espécie antiga, não se sabe quantos séculos ou milênios, eles viram galáxias sendo criadas e o universo morrendo, apenas para renascer de novo em música e luz. Antes do Doctor, Master e dos Time Lords, os Archons governavam o universo, mas apenas alguns ficaram vivos, seus átomos se juntaram às estrelas, dançando a Música das Esferas. A raiva dos Archons é o que mantem eles vivos e a aversão é o que sustenta-os, pois procuram vingança, eles são os Devoradores de Mundos, os últimos dos Antigos.

Jamie estava em Charing Cross Road olhando uma vitrine, até que escuta um grito e vai investigar, descobrindo um homem caído no chão e sendo roubado. Com uma força fora do comum, Jamie bate no bandido e bota ele pra correr, ajudando depois o velho a se levantar e guardar os livros que caíram de sua bolsa na hora do assalto. Conversando com ele, descobre que é um professor chamado Thascalos e que é vendedor de livros na Charing Cross Road. Por causa do seu ato heroico, o professor dá a Jamie um livro antigo que estava guardado na bolsa, o mais antigo e valioso, com páginas grossas cobertas por letras estranhas impressas em tinta preta. Jamie agradece, mas diz que não consegue ler, o professor então diz que poucos conseguem ler e que pode dá-lo de presente a quem souber apreciar o livro. Os dois se despedem e cada um segue o seu caminho. Ao virar a esquina, o professor encontra com o tal ladrão e diz que fez um ótimo trabalho, dando a entender que tudo foi um golpe para entregar o misterioso livro para Jamie. Quando o ladrão vai embora com o dinheiro recebido pelo trabalho feito, Thascalos abre um pequeno cilindro de metal e fala em uma língua antiga "Está feito, completei minha parte do acordo. Acredito que, quando chegar a hora, você honrará a sua.", uma música etérea ressoa pelo ar e ele fecha o cilindro, sorrindo perversamente.

A TARDIS encontra-se estacionada do lado da National Portrait Gallery, Jamie olha ao seu redor e vê milhares de pessoas por lá e não consegue entrar na cabine de polícia sem chamar a atenção dos transeuntes, até que o Doctor aparece do seu lado e pergunta o motivo da demora e se ele encontrou todos os itens da lista que foi dada, mas Jamie diz que procurou com todos os químicos e ninguém tinha o tal ingrediente. O Doctor toca sua flauta e isso faz os passarinhos voarem, apenas para criar uma distração e os dois conseguirem entrar na TARDIS correndo sem ninguém ver. Dentro da cabine, Jamie vê que o console está todo desmontado e os fios jogados no chão. O Doctor diz que não conseguiu consertar o Rotor Temporal e que estão sem energia, consequentemente presos naquela época. Perguntando sobre o ouro, Jamie diz que não conseguiu, e mesmo se conseguisse sairia uma fortuna, mais de milhões de libras (e não seria um problema, já que o Doctor disse que tem um monte de dinheiro e mais as joias que o Tutankamon deu).

É revelado que os ingredientes da lista são: ouro, mercúrio e Zeiton-7. Jamie diz que ninguém sabe o que é Zeiton-7 e não encontrou em lugar nenhum. Alguns minutos se passam e Jamie encontra o livro na bolsa e entrega para o Doctor, que diz que faz anos que não recebe um presente. Enquanto tenta descifrar o livro, o Doctor leva um susto e grita o nome Necronomicon, ao mesmo instante, em um lugar muito longe, uma música etérea toca e vultos aparecem envolvendo toda a TARDIS. De repente, o livro começa a pulsar e a brilhar, ele se abre e um vento faz as páginas virarem, parando em uma página com um desenho de uma pirâmide e torres. Logo depois, uma luz sai de dentro da página, envolvendo novamente a TARDIS, porcas e fios girando por toda parte, formando o console da nave, como se estivessem atraídas por um campo magnético. A TARDIS começa a desmaterializar, o Doctor fica espantado porque isso não era pra acontecer, já que eles estavam sem energia. Enquanto a nave é sugada pelo tempo e espaço, o Doctor explica o que é o Necronomicon, o Livro dos Nomes Mortos, uma coletânea de histórias sombrias e sinistras, mais velha que a Terra e Gallifrey, foi escrito por uma espécie que governava a galáxia antigamente e que já foi extinta. Doctor descobre quem deu o livro para ele, Thascalos, um antigo conhecido seu que não vê há muito tempo, e que sabe para onde estão sendo levados, "para o nosso fim" ele diz.

O Doctor diz para Jamie que eles estão viajando há mais de 8 horas contando o tempo humano, que a TARDIS é capaz de viajar e se materializar rapidamente pelo espaço e tempo, mas, até aquele momento, eles nunca tinham viajado tão longe assim, por isso essa demora de horas. Nesse instante, o Doctor consegue consertar o visor da TARDIS para tentar descobrir onde estão naquele momento, até que o Jamie avista que estão saindo da Via Láctea. Segundos depois, todas as estrelas somem, o Doctor diz que eles estão seguindo rumo ao limite do espaço. Sem querer, Jamie acaba adormecendo e é acordado por uma explosão dentro da TARDIS. Sem conseguir enxergar muita coisa por causa da fumaça, ele tenta encontrar o Doctor, que estava deitado embaixo do painel usando sua chave de fenda sônica, até que o painel volta a piscar de novo, mas as peças começam a derreter e pega fogo no painel. O Doctor bota a culpa no Jamie, fazendo os dois brigarem, mas essa briga não dura muito, pois eles percebem que a TARDIS não está fazendo barulho, ou seja, eles aterrissaram.

Jamie e o Doctor saem da TARDIS e dão uma olhada no planeta que foram arrastados, Jamie sente um cheiro de ovo podre, que na verdade é enxofre. O Doctor percebe que estão na Grande Desolação, onde os mitos vão para morrer, onde ninguém volta vivo. Figuras imensas começaram a sair de uma pirâmide, sete figuras de capuz e uma capa cinza, um grande barulho se fez, alto e intenso, uma risada insana e malévola. Eles encontram uma cidade ao fundo, feita de vidro negro, vários prédios altos e triangulares. O Doctor diz que ela foi construída por seres que não viviam totalmente nesta dimensão, que os Time Lords contavam histórias sobre esse lugar, a Cidade Sem Nome, lar dos Archons, inimigos de qualquer criatura viva. Enquanto estavam voltando para a TARDIS para pesquisar sobre a cidade, uma névoa negra em forma de redemoinho veio da cidade diretamente para eles. Chegando na TARDIS, o Doctor começa a mexer nos fios e consegue acessar o biblioteca, onde descobrem que a única menção dela é no Necronomicon, o Livro dos Mortos. Os Archos construíram a cidade a partir da Música das Esferas, sobre uma piscina de ouro cercada de mercúrio e Zeiton-7. O que foi um alívio, já que os modelos antigos de TARDIS são orgânicos, cultivados, e precisam de ouro, mercúrio e Zeiton-7. Nesse instante, a névoa chega na TARDIS e rapta o Jamie, o Doctor percebe que é tempo perdido ir atrás dele, já que aqueles seres estavam atrás de um Time Lord, não de um ser humano qualquer. Com o monitor da TARDIS consertado, o Doctor vê que está cercado por vários robôs de vidro negro, arranhando a madeira do lado de fora da nave, criaturas de duas pernas e quatro braços, podiam tanto andar com as duas ou correr com os seis membros. A TARDIS tomba e o Doctor cai, ele consegue olhar pelo monitor (antes de pifar) que os robôs de vidro estão levando a TARDIS para a Cidade Sem Nome. O Necronomicon estava jogado no chão, o Doctor pegou um pano para tentar abrir o livro e ler se tem algo sobre a cidade.

Jamie acorda em uma cratera e escala ela para sair de lá, quando chega ao topo consegue ver que estava no mesmo lugar de antes, mas sem sinal da TARDIS. Ele encontra uma trilha de pegadas e a nuvem de poeira rumo à cidade, e decide seguir. Os símios de vidro continuam levando a TARDIS para a cidade, o Doctor consegue liberar a porta e botar a cabeça pra fora da nave, deparando-se com as muralhas da Cidade Sem Nome. No centro de uma praça o Doctor encontra um Pórtico do Tempo, dois pilares negros de vidro que se elevavam aos céus, usados antigamente para transportar pessoas entre pontos fixos no tempo e espaço, foram inutilizados pelos Time Lords. O Doctor se vê ao lado do maior edifício do centro da cidade, um enorme triângulo sem janelas, de vidro negro cintilante, com detalhes em dourado. Jamie vai correndo até a cidade, até que consegue entrar nela. A TARDIS é colocada no chão, o Doctor levanta e se depara com várias TARDIS, até que descobre que é o reflexo e ele está dentro da grande pirâmide de vidro negro, com um triângulo de ouro no chão e uma piscina de mercúrio no centro. Ele precisa levar a nave até a piscina para poder abastecer, podendo assim voltar a viajar pelo tempo e espaço, mas uma pequena bola de metal sai da piscina, flutuando pelo ar. Até que surge uma cabeça saindo da piscina, seguida de mais seis. Sete cabeças flutuando no total, eram os Archons que saíram do mercúrio.

Ainda procurando pelo Doctor, Jamie percebe que todas as ruas levam a apenas um lugar, a pirâmide de vidro negro no meio da cidade, sem pensar duas vezes ele entra na única porta que tem. O Doctor estava horrorizado enquanto os Archons saiam da piscina de mercúrio ao som de uma música etérea, um parecia um polvo, o outro tinha uma cabeça de enguia dentro do capuz, e o outro parecia ter uma garra de caranguejo. As sete criaturas começaram a se mover até que formaram uma entidade enorme, um monstro com tentáculos, bicos e garra, ao mesmo tempo que era horrível, era hipnoticamente belo. Os Archons disseram que estavam esperando o Doctor por muito tempo, e a TARDIS, a TARDIS deles. Nesse instante, Jamie chega no centro da pirâmide e se depara com um monte de símios de vidro, virados para o Doctor, e um grande ser monstruoso sobre a piscina de mercúrio. Ele sabia que tinha que ajudar, então foi atrás de um símio mais próximo, o macaco não reagiu, ele aproveitou a oportunidade e começou a engatinhar até a direção do Doctor. Os Archons disseram que criaram a tecnologia da TARDIS, que as sementes originais foram criadas por cientistas-magos Archon. O Doctor argumenta e diz que  foram os Time Lords que descobriram o segredo da viagem no tempo, mas os Archons afirmam que aconteceu o contrário, que os Time Lords clonaram as sementes deles, fazendo suas próprias naves, e por fim, para guardar o segredo só pra eles, armaram uma guerra contra os Archons e os trancaram na Cidade Sem Nome para morrer. O Doctor não sabia no que acreditar, já que a história da origem de Gallifrey e dos Time Lords era meio incerta. Enquanto ele procurava uma maneira de fugir dali, os Archons continuavam falando que eram os últimos restante da sua raça e que a única coisa que precisavam era de uma TARDIS, e há um tempo atrás apareceu um Time Lord dizendo que sabia de uma nave danificada, podendo trazer ela até eles (o Thascalos do começo do conto, pseudônimo do Master!!). Os Archons pegam a TARDIS e a jogam na piscina de mercúrio, para poder habilitar o fluxo temporal do Pórtico do Tempo e comandar toda a galáxia.

Ao olhar a sua TARDIS sugando toda a piscina, o Doctor vê Jamie se rastejando no meio dos símios, e começa a enrolar os Archons. Ele tira a flauta doce da jaqueta e toca a música "The Skye Boat Song", nesse momento a porta da TARDIS se abre, o Doctor pula e Jamie também, um tentáculo acaba entrando na nave, mas é cortado com a força da porta. A TARDIS estava de volta outra vez, flutuando no centro da pirâmide, ao lado da criatura que separou-se e agarrou a nave, que fez ela cair de novo na piscina de mercúrio. O Doctor manda o Jamie buscar sua gaita de fole e tocar uma ceol mor (que segundo ele parece unhas arranhando uma lousa). Jamie começou a tocar e o som era alto e irritante, ressoava dentro da pirâmide, os Archons caíram no chão, agoniados, mas antes tentaram se reunir para formar a grande criatura, sem sucesso. Sem aguentar a pressão das batidas, o vidro da pirâmide rachou e explodiu, caindo em cima dos Archons e dos símios, com isso toda a cidade de vidro começou a rachar também, desmoronando e indo ao chão. São e salvos na TARDIS, o Doctor abraça o console e diz ao Jamie como derrotou os Archons, que no livro dizia a origem deles, nos oceanos de mundos mortos, há muito tempo, onde caçavam e comunicavam por sonar, ou seja, a música alta desorientou eles.

Opinião
Definitivamente é um conto bem mais superior do que o primeiro, toda essa mitologia sobre os Time Lords e os Archons foi demais. Vale ressaltar eles falando sobre o "cultivo de TARDIS", coisa que iam colocar no fim do episódio da 4ª temporada, Journey's End, com o Doctor dando um pedaço da TARDIS dele pro Meta-Crisis, mas acabaram não colocando essa cena. Jamie e o Doctor estavam divinos no conto, super no personagem, não tinha como não ler na voz de cada um e imaginar as caras e bocas deles. Os momentos de tensão e de comédia estão no tom certo também, detalhe pros alívios cômicos da história, Jamie e Doctor são impagáveis juntos, e ainda temos a descrição da Polly sobre o 2º Doctor que veio em um ótimo momento, junto com o próprio Doctor dizendo que o livro Necronomicon é envelhecido igual ele, como um bom vinho, ou um queijo mofado, como diz o Jamie.
Chegamos aos pontos ruins, que são quase nulos e nem me incomodaram tanto assim, tipo a TARDIS com seu modo de voz, pois a nave não tem gravações de áudio, e a explicação da voz feminina ser "por que o Doctor gosta" não cola muito bem. Uma outra surpresa que temos é o Master como o professor Thascalos, é uma boa referência ao último arco da 9ª temporada da série clássica, The Time Monster, onde ele tinha o mesmo pseudônimo.

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